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O ego venceu…

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Hei, que esta acontecendo?
Não estou entendendo muito bem, que faz meu corpo ali dentro daquela caixa?
Porque meus pais estão chorando tanto, minha mulher esta dopada e meus filhos estão sem chão.
Porque meus “amigos” estão dizendo que sou vacilão?
Caramba, eu morri?
Ontem, domingo, minha mulher pediu tanto para que eu não saísse com meus amigos”, ela queria que fossemos almoçar na casa dos meus sogros com as crianças, mas aí eu cedi a tentação de acelerar na Rodovia Bandeirantes, eu e mais seis “amigos”. Almoçamos em uma cidadezinha do interior e na volta resolvi ver até onde dava pra ir; o velocímetro apontava 295 por hora e eu queria ver os 300, a curva estava chegando e eu queria bater o recorde. Vi que em um determinado momento eles amarelaram e meu ego quase explodiu. Foi nesse momento que a curva chegou muito rápido e não lembro de mais nada, apenas o choro doido do meu pai, a minha mãe a base de calmantes, minha mulher, meus filhos todo mundo chorando e os “amigos” chegando de moto, paramentados, de vez em quando um sorrisinho por entre os dentes, seguido de um comentário maldoso sobre o ocorrido.
Vacilão, braço duro, metido a piloto. E assim estes “amigos” vão migrando, de velório em velório e sempre se atualizando, pois quem ri hoje amanhã está fazendo a família chorar.
Eu mesmo fui a dezenas de velórios de motociclistas com quem viajei uma ou duas vezes, mas que de repente éramos melhores “amigos”; deixei minha linda família para dividir momentos mórbidos com pessoas que mal conhecia, entrava nas suas famílias como “velho amigo” só porque estava no dia e no local em que eles morreram. Agora estou vendo a realidade, não são “amigos”, são vampiros, que acompanham incautos até a sua morte porque sabem que algum dia outros vampiros vão testemunhar a dilaceração de seus corpos em asfaltos quentes guard-rails afiados, muros de concretos duríssimos ou mesmo em frentes de veículos de latas pontiagudas.
Triste saber disso só agora, mas minha mulher tentou me alertar, minha mãe implorou, meu pai gritou comigo várias vezes, mas este demônio que habitava em mim e se chama ego acabou por me matar. E junto atingiu toda minha família e também meus verdadeiros amigos e não os vampiros que aceleram nas rodovias à procura da morte, senão para si, para alguém do grupo, o importante é a morbidez dos abraços falsos de condolências as famílias das pessoas que foram esquartejadas, despedaçadas, com seus corpos estraçalhados pela violência da velocidade de suas motocicletas.
Vence o ego, vence a ignorância de jovens que são levados à morte pelo egoísmo exacerbado.
Hoje aqui onde estou, vejo meus familiares sofrendo e nada posso fazer a não ser de alguma maneira tentar passar a cruel realidade dos “zumbis” que andam em alta velocidade matando e morrendo em nome do egoísmo, da vaidade, do ego burro.
Acho mesmo que eu queria morrer, queria ou precisava, pois em nenhum momento eu percebi o tamanho da burrice que cometia todo final de semana. Ia almoçar com estranhos, “melhores amigos” que conheci alguns dias antes, a conversa era sempre assim, vamos almoçar em Lindóia, Atibaia, Bragança, sei lá, alguma cidade que tivesse uma rodovia que pudesse propiciar a adrenalina necessária a suprir nossas ignóbeis carências.
Uma grande pena, pois deixo bens incalculáveis que são os sentimentos daqueles que verdadeiramente me amavam.
Você que caminha entre os zumbis, os acompanhantes da morte, pare agora enquanto ainda pode, pois não haverá segunda chance!!!

Chega de dilacerar famílias!!!

Fonte: Edson MR Paes

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